sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A lenda do Galo de Barcelos

Há muitos anos, realizou-se em Barcelos uma grande festa
em casa de um dos homens mais ricos da terra
com dezenas de convidado importantes,
entre os quais alguns vindos de Espanha.
O jantar servido em baixela de prata,
compunha-se das mais requintadas iguarias
e dos melhores vinhos da região.
Porém, terminado o jantar, os criados deram por falta
de alguns talheres em prata lavrada.
Quem teria sido? Quem não teria sido?
Havia que proceder com cautela sem causar alvoroço entre os presentes.
Foi chamado o mordomo e interrogados os criados.
Todos os indícios apontaram como culpado um dos visitantes espanhóis.
Interrogado pelas autoridades e, embora proclamando inocência,
este foi preso e logo de imediato considerado culpado pelo tribunal
e condenado à morte.
Contudo o jovem condenado reafirmava estar inocente
e o juiz decidiu dar-lhe uma última oportunidade de defesa...
Foi então que o acusado reparou num galo, já morto,
que estava sobre uma mesa ao lado do magistrado.
E, desesperado, gritou:
- É tão verdade eu estar inocente, como este galo
vir a cantar antes da meia noite!
Todos se riram, mas ninguém tocou mais no galo que,
poucos minutos antes da hora marcada, se ergueu
e entoou um belo e estridente cantar.
Claro que o injustamente acusado foi rapidamente liberto
e a lenda propagou-se por toda a região e , mais tarde, por todo o país.
Hoje em dia o Galo de Barcelos, em inúmeras versões
e de cores variadas, é talvez o ícone gráfico
mais conhecido de Portugal, em todo o Mundo.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Filigrana Portuguesa


A filigrana é um trabalho ornamental feito
de pequenas bolas de metal e fios muito finos,
soldados de modo a compor desenhos
onde abundam os corações,
as cruzes e outros temas tradicionais.
Os metais mais usuais são o ouro ou a prata,
mas ligas de bronze ou cobre, em tons prata
ou dourado, são igualmente utilizadas.
Desde a Antiguidade que a filigrana é utilizada em joalharia e objectos decorativos tendo, nos nossos dias, assentado arraiais no Norte do país onde é tradição as mulheres minhotas usarem um número elevado de peças no vestido de noiva tradicional ou, também, nos ranchos folclóricos do Minho.
Nos grandes centros urbanos tornou-se igualmente moda a utilização de objectos de filigrana com destaque para os corações.

Os centros produtores de filigrana de melhor qualidade
localizam-se em Gondomar e na Póvoa de Lanhoso.
As peças fabricadas, em maior número, são geralmente para uso pessoal - com destaque para as arrecadas e argolas de Viana, os brincos à raínha, os corações e os medalhões, as cruzes e os colares de "contas minhotas".
Outras peças de maior porte, como caixas, relicários ou esculturas ornamentais como as caravelas, são produzidas também para satisfazer uma procura cada vez mais alargada da parte de, na maioria do casos, turistas estrangeiros.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sessões de Autógrafos

Na continuação do lançamento do "Cozinha Fácil para Homens
que não sabem estrelar um Ovo..." ( já em 2ª edição),
vou estar amanhã, 5ºfeira, dia 16,
na Livraria Apolo 60 a partir da hora do almoço.
No sábado será a vez da Bulhosa do C.C. Amoreiras,
entre as 17 e as 18h,
e no Domingo na Bulhosa do Oeiras Parque, pelas 15h.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vagas na Planície

"...Numa linguagem plástica e num paralelismo
em que a metafísica e a matáfora inundam a dimensão onírica,
dois artistas proporcionam-nos uma viagem
onde o tempo se funde em cores liquefeitas de luz,
nas planícies mutantes e insondáveis de cada observador..."
É este o texto de apresentação da Exposição de Pintura "Vagas na Planície"
dos artistas Carmen Duarte Ferreira e António G. Anacleto
que, até 9 de Janeiro do próximo ano,
está aberta ao público diariamente, das 12 às 24 horas, no Espaço Docas, Artes&etc.

O Pião

Novos ou menos novos, todos brincámos, em alguma época da nossa vida,
com um pião...principalmente se pertencermos ao sexo masculino,
já que as "meninas" nunca foram muito dadas a este tipo de brincadeiras.
Desde os velhinhos piões de madeira, com uma corda enrolada a toda a volta
até aos aerodinâmicos piões asiáticos
que fizeram as delícias das gerações mais recentes,
muitas têm sido as transformações deste brinquedo tradicional,
que nem sempre foi apenas uma distracção.
Nas suas origens longínquas, este, aparentemente, simples objecto,
foi utilizado nas artes devinatórias e na feitiçaria,
para reproduzir o movimento dos astros e para interpretação de presságios.
A próxima vez que vir um pião, olhe-o com mais respeito...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A mais recente Artes&Etc...

Quase no final da primeira quinzena do mês, a 10 de Dezembro de 2010, abriu a segunda Artes&Etc, na Rua da Prata, 222, em plena Baixa lisboeta.




O pé direito elevado e os imponentes arcos em pedra concedem a este espaço a dignidade e personalidade própria que se pretende impor a cada uma das unidades deste projecto.
O mix de produtos é o habitual no nosso conceito - artesanato tradicional e urbano, livros, pintura, um pequeno corner de gastronomia lusa...






Na próxima vez que fôr até à Baixa, não se esqueça...
A dois passos do Rossio e no segundo quarteirão
de quem vem da Praça da Figueira, mesmo ao lado da Farmácia Normal!!!

Raku Nu, uma exposição de Paulo Reis

Paulo Reis é um ceramista que tem vindo a desenvolver
uma técnica milenerária japonesa - o Raku.
Nesta exposição, que vai estar aberta até inícios de Janeiro do próximo ano,
pode-se observar, em mais de duas dezenas de peças,
a beleza dessa linha de cerâmica, ainda pouco conhecida entre nós.

Lançamento de livros

Lançamentos de livros, alguns a nível mundial acrescente-se desde já,
têm sido outra constante da Artes&Etc.
"Tamanho não é Qualidade", "Photomaton", "O jogador de râguebi" ou "Cozinha fácil
para Homens que não sabem estrelar um Ovo...ou Mulheres emancipadas"
são vários desses títulos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Bordallo Pinheiro - 125 anos de criatividade

Criada em 1884, a Fábrica Bordallo Pinheiro pretendia associar às técnicas tradicionais da cerâmica, em que a região das Caldas da Rainha se notabilizara, toda a modernidade e capacidade criativa do seu criador Raphael Bordallo Pinheiro.





Dessa simbiose surgiram objectos que são, ainda hoje e depois de todas as vicissitudes pelas quais a Bordallo Pinheiro passou, ex libris de um determindo imaginário português.

Lenços de Namorados


Durante muitos anos os homens portugueses demandaram outras terras deixando atrás de si noivas, mulheres e filhos.
Era tradição, em certas terras minhotas, que a donzela deixada triste e sózinha, entregasse ao seu amado um lenço bordado onde, na maior parte das vezes, abundavam as lágrimas...e os erros ortográficos.
São essas desenhos infantis de cores garridas que aqui reproduzimos, mas não se deixem levar pela aparente ingenuidade pois existe um código "secreto" onde coração significa, obviamente, amor, os cravos vermelhos são provocação ( enquanto os lírios significam virgindade) e os pombos simbolizam os "pombinhos" (what else?).

O Ganda Galo do António Azevedo

António Azevedo, jovem e talentoso designer urbano, tem desenvolvido um trabalho notável de recriação do Galo de Barcelos.
O Galo Portugal, o Galo Santo António e o Galo Amor ( nas imagens) juntam-se a uma já extensa lista em que o Galo Gay e o Galo Olé são outros dos protagonistas.
Também com as velhinhas Andorinhas esse mesmo processo de renovação term vindo a ser desenvolvido com assinalável sucesso.
Com a sua habitual simpatia, António Azevedo permitiu que dois dos seus Galos mais emblmáticos , o Portugal e o amor, fossem usados na fachada da Artes& Etc da Rua da Prata.
...O Galo de Barcelos ao Poder !!!















Ramalho, apelido de Barrista

A primeira a tornar o apelido da família conhecido entre as dezenas de artesãos que trabalhavam o barro na região de Barcelos foi a velha Rosa Ramalho.
Descoberta por António Quadros e pelos professores e alunos da Escola de Belas Artes do Porto, quando já tinha ultrapassado os 70 anos,
viu rapidamente os seus cristos e estranhas figuras de um ocre característico serem disputados por coleccionadores das mais variadas origens.





Actualmente a tradição criativa familiar está nas mãos da sua neta Júlia Ramalho, presente desde o primeiro dia nas Arte&Etc, que continua a criar os Pecados Capitais, as Sereias e muitas outras figuras de um imaginário rico e único.
Também o filho de Júlia, bisneto de Rosa, de nome António Ramalho, tem desenvolvido trabalhos de grande nível que nos permitem afirmar que a tradição...ainda é o que era!!!

Exposições de Pintura das mais variadas correntes

Desde sempre, se previligiou o espaço dedicado às exposições de Artes Plásticas.
As inaugurações das mesmas tornaram-se já um ponto de encontro de habitués, mas os visitantes anónimos diários podem também admirar as técnicas, tendências e estilos mais variados.






Abstractas ou figurativas,
as obras expostas, por períodos nunca inferiores a um mês, merecem a atenção dos mais diversos grupos etários.


Pintores consagrados como Guilherme Parente, o artista com que iniciámos a nossa série de exposições, ombreiam com ChureOne, um jovem righter, na casa dos 20 anos.
O importante, para nós, é a qualidade do trabalho e não a idade ou estatuto artístico.







Espaço Docas, a primeira Artes&Etc

Em Abril de 2010, foi inaugurada a primeira Artes&Etc que, devido à sua localização em plena Doca de Santo Amaro, recebeu o nome de Espaço Docas, Artes&Etc.
Estava, assim, iniciado um projecto que pretendia juntar as vertentes cultural e comercial numa recolha do muito que se faz, em Portugal, no campo do Artesanato tradicional e urbano, mas também das Artes, com destaque para a Pintura, a Fotografia, a Escultura e a Cerâmica.
Cerca de oito meses depois, esta iniciativa é, sem margem de dúvida, um êxito, tendo recebido a visita de muitos milhares de turistas de dezenas de países, igual número de portugueses orgulhosos das suas raízes e organizado diversas exposições, lançamento de livros e workshops.
O Galo de Barcelos já era, então, o nosso símbolo...